A varejista norte-americana de roupas Forever 21 abriu sua primeira loja no Brasil, em março, causando grande alvoroço entre os consumidores locais. Para aproveitar os seus preços baixos, a imprensa noticiou que os fãs da marca chegaram a ficar até sete horas em fila antes de ter a chance de entrar na loja, localizada no shopping center Morumbi, em São Paulo. Para analisar esse caso de varejo, a Mintel convidou três analistas. Seguem suas visões abaixo:

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Ali Lipson , analista sênior de Varejo e Vestuário:

“A Forever 21 é muito conhecida nos Estados Unidos por seu posicionamento como uma varejista ‘fast fashion’. As peças são atualizadas com freqüência, incentivando os consumidores a irem às suas lojas regularmente para checar as novidades. Ao mesmo tempo, as peças têm preços baixos. E é essa combinação perfeita de roupas que seguem as tendências da moda, vendidas por preços acessíveis, que chama a atenção dos jovens, principalmente das mulheres, nos Estados Unidos.

De acordo com o relatório Mintel de Compras de Roupas Femininas – Estados Unidos, outubro de 2013 – cerca de 21% das mulheres afirmaram que compraram roupas em uma loja de ‘fast fashion’, com esse número subindo para 50%, no grupo entre 18-24 anos, e 30 % entre aquelas com idade entre 25-34. Mulheres com menos de 35 anos estão mais interessadas ​​em fazer compras entre as consumidoras do gênero feminino de todas as faixas etárias – 53% das mulheres de 18-24 anos de idade e 47% das mulheres entre 25-34 anos dizem gostar de comprar roupas.

Devido ao grande sucesso da Forever 21 nos EUA, não é nenhuma surpresa que o seu próximo passo seria a expansão para novos territórios. O fator novidade de uma nova loja no Brasil, juntamente com o seu posicionamento de ser um lugar onde é possível encontrar os mais recentes estilos a preços baixos, certamente ajudou a criar um burburinho significativo e grande presença de clientes na abertura.”

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Sheila Salina, analista de pesquisa de Estilo de Vida, da Mintel, no Brasil, diz:

“De acordo com o relatório Hábitos de Gastos do Consumidor, 2013, Brasil, 79% de todos os consumidores dizem: ‘Teria orgulho de contar aos meus amigos sobre quaisquer boas pechinchas que eu encontrasse’. Esse número chega a 84% quando apenas as consumidoras do sexo feminino, entre 25 e 34 anos, são analisadas. Enquanto isso, 84% dos consumidores dizem: ‘Me dá uma sensação boa saber que gasto menos que outras pessoas nos mesmos produtos/em produtos semelhantes’. Esse número salta para 91% para as mulheres entre 25 e 34 anos.

Todo esse interesse na loja foi causado porque seus clientes são principalmente mulheres entre 25 e 35 anos (grupos socioeconômicos B1, B2 e C1) e financeiramente independentes. Elas não se importam tanto com as marcas mais glamourosas e consagradas, mas, ao mesmo tempo, querem se sentir especial. A Forever 21 ao abrir a sua primeira loja no Brasil, em um shopping center frequentado por consumidores de classe média alta, aproveita disso ao proporcionar uma sensação de exclusividade a sua consumidora. A Forever 21 fornece o ‘status’ de marca importada pela qual se paga uma pechincha.”

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Stacy Glasgow, analista de Tendências de Consumo :

“De uma perspectiva das tendências globais, vemos que como o ‘preço’ torna-se cada vez mais uma ferramenta de competição, surgiu a necessidade de que os varejistas se diferenciem através de facetas de lojas básicas, tais como variedade de peças, qualidade, ambiente, padrões e serviço.

Conforme detalhado na tendência Mintel Experiência é Tudo, destacar-se da concorrência depende de como o varejista exerce tais princípios básicos e entrega ao consumidor uma experiência verdadeiramente emocionante e exclusiva. A Forever 21 pode estar se posicionando para o sucesso no Brasil, por meio dessa ‘experiência’, como uma grande loja, que está sempre dentro das tendências da moda norte-americana.

E com tantos consumidores hoje vendo personalização como um direito, não um privilégio (um conceito explorado pela Mintel na tendência Torná-lo Meu), a Forever 21 oferece ao cliente da marca que combine peças fáceis e acessíveis de uma forma personalizada, refletindo a sua personalidade única.”

 

Ali Lipson é analista sênior  das categorias de Varejo e Vestuário, da Mintel. Com mais de 10 anos de experiência, Ali Lipson é especialista em identificar e analisar tendências de consumo no varejo,  fornecendo insights para os clientes. 

Sheila Salina é analista sênior de Estilo de Vida, da Mintel, no Brasil. Com mais de dez anos de experiência nos setores de pesquisa e inteligência de mercado, antes de se integrar a equipe da Mintel, Sheila Salina trabalhou para a consultoria Deloitte.

Stacy Glasgow é consultora de Tendências de Consumo, da Mintel.  Especialista em tendências da ferramenta Inspire,  Stacy Glasgow  vem de uma formação diversificada que inclui experiência com produtos não duráveis, agências  e área de marketing.

 

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