A Nissan é o mais recente fabricante de carros a abrir um centro de design e pesquisas no Brasil, seguindo os passos da Chevrolet (General Motors), Volkswagen e Renault. A montadora japonesa inaugurou o Nissan Design America Rio (NDA-R), semana passada, na capital fluminense.

De acordo com matéria publicada no automotive business, Taro Ueda, vice-presidente de design da empresa, explicou que as novas instalações irão investigar “as preferências e as necessidades do consumidor brasileiro com relação ao desenho de automóveis”. Os resultados “deverão influenciar na criação dos próximos veículos a serem fabricados pela Nissan não só no Brasil, mas também pelo mundo”, completou.

Ele também afirmou que o desenho focará em novas cores pois os carros existentes são “muito monocromáticos” e os consumidores buscam variedade.

Essa iniciativa confirma tendências discutidas no relatório Mintel Varejo Automotivo – Brasil – 2014.

Primeiramente, revelamos que 30% dos brasileiros que compraram um carro nos últimos cinco anos consideram “um design moderno” um dos mais importantes critérios de seleção na hora de adquirir um veículo novo. Esse apetite por inovação justifica os investimentos realizados pela Nissan, Chevrolet e Renault em instalações de pesquisa e desenvolvimento.

Além disso, confirmamos outra tendência observada ao longa de pelo menos duas décadas: o deslocamento da indústria do eixo São Paulo-Minas Gerais. No ano de 1990, 99.3% dos veículos fabricados no Brasil provinham destes dois estados, e não havia grandes instalações de design no país. Agora eles geram apenas 63.1% dos carros produzidos no país. O centro da Nissan é o primeiro grande fora do eixo – os da Volkswagen, Chevrolet e Renault se encontram todos em São Paulo.

A indústria de varejo automotivo brasileira permaneceu praticamente estagnada entre 2009 e 2014, quando sofreu um declínio de R$ 102,8 para R$ 102,5 bilhões. Trata-se de uma redução muito pequena, que se deve principalmente ao fato dos fabricantes de carros já terem maximizado seus lucros e rendimentos, e dos consumidores, por sua vez, não conseguirem ampliar ainda mais as opções de crédito disponíveis. A maioria das instituições financeiras tem pisado no freio na hora de conceder empréstimos aos consumidores.

Consequentemente, montadoras não podem inflar seus preços e expandir sua margem. Ao invés disso, empresas como a Nissan buscam aumentar o volume de vendas e destacar-se através da tecnologia e inovação. A NDA-R é a prova disso.

Victor Fraga é um analista sênior com mais de 13 anos de experiência em várias indústrias – entre elas tecnologia, saúde e setor público. Antes de integrar a equipe da Mintel, trabalhou em diversas empresas no Reino Unido, como na consultoria Frost & Sullivan e no Guardian News & Media.

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