Metade dos brasileiros está extremamente preocupada com o risco de ser exposta à COVID-19 e como o surto pode afetar o seu estilo de vida. Como consequência, os hábitos de compras mudaram à medida que os consumidores acumulam produtos e usam novos canais de varejo. Ao enfrentar a ameaça constante do vírus e o isolamento que ele traz, novos hábitos podem ser criados pelos brasileiros para melhorar a higiene, a segurança e a saúde mental.

Estoque de mantimentos e outros suprimentos

Um em cada cinco brasileiros estocou mantimentos e outros suprimentos por causa do surto da COVID-19, comparado com um quarto dos consumidores americanos e menos de um em cada cinco no Canadá. Muitos supermercados e farmácias no Brasil alertaram os consumidores para não estocar e dar prioridade a grupos de risco, como os idosos.

Além da compra de pânico, os consumidores podem ter estocado mantimentos e outros suprimentos para reduzir as visitas ao supermercado e a exposição COVID-19. Esse comportamento de compra pode continuar mesmo após o término do distanciamento social, influenciando os consumidores na hora de escolher um canal de varejo.

Os atacadistas podem se beneficiar, pois oferecem produtos em grandes quantidades/maiores que, em geral, são mais baratos do que produtos individuais/em tamanho menor. Segundo a Pesquisa Mintel sobre o varejo de comidas e bebidas no Brasil, dois em cada cinco brasileiros compraram mantimentos em lojas físicas de atacadistas, como Assaí e Atacadão, porém a maioria comprou em lojas físicas de supermercados e padarias.

Compras on-line em crescimento

Quase um em cada cinco brasileiros aumentou a quantidade de compras on-line como resultado do surto de covid-19. Enquanto a frequência deste tipo de compra é baixa de maneira geral no Brasil, já que mais de um em cada 10 têm comprado on-line de duas a três vezes por mês, a categoria deve crescer ema longo prazo.

A barreira pode ser maior para alimentos e bebidas, já que metade dos consumidores comprou esses produtos somente em lojas físicas, de acordo com a Pesquisa Mintel em compras on-line no Brasil. No que se refere aos produtos de beleza e cuidados pessoais, apenas três em cada 10 consumidores fizeram o mesmo, enquanto metade declarou ter feito alguma compra on-line da categoria.

Quantidade de compra online é menor entre pessoas de 55+ anos. Isso é preocupante, pois os idosos são um grupo de risco, e as compras on-line ajudam a minimizar a exposição à COVID-19. Um quarto dos consumidores brasileiros com 55 anos ou mais não comprou on-line nos últimos 12 meses, de acordo com a Pesquisa Mintel sobre compras on-line no Brasil. O uso de mídias sociais pode ser uma forma de incentivar esse grupo demográfico a comprar on-line. Entre aqueles com 55 anos ou mais, uma esmagadora maioria usou WhatsApp e Facebook, segundo a Pesquisa Mintel sobre mídias sociais no Brasil.

Lições da China

Na China, durante o surto do COVID-19, varejistas usaram o aplicativo de mensagens e mídia social WeChat, similar ao WhatsApp, criando grupos para comunidades locais fazerem seus pedidos através do aplicativo. Por meio de fotos e vídeos, os varejistas conseguiam comunicar os produtos disponíveis em suas lojas, e também incentivavam seus clientes idosos a comprarem por WeChat. Os produtos eram entregues no dia seguinte em pontos de coleta das comunidades.

Devido ao surto do COVID-19, houve um aumento no padrão de higiene das pessoas e dos estabelecimentos na China, e uma das medidas adotadas é o uso de máscaras. Segundo o para Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, o uso de máscaras é recomendado também para pessoas que são consideradas de risco médio de exposição, como as que tem contato frequente com outras pessoas e que possam estar a menos de 2 metros de distância, como os trabalhadores de supermercados. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o uso de máscaras é recomendado apenas se você está doente (espirrando, tossindo) ou cuida de pessoas infectadas com o COVID-19.

Incorporando novos hábitos

É provável que os brasileiros incorporem novos hábitos de higiene pessoal após a COVID-19, como usar máscaras faciais, que também podem proteger contra outras doenças, preservando a saúde de outras pessoas. No Japão, o uso de máscaras faciais é comum, pois a população também as usa para evitar alergias, como o de pólen na primavera. Na Coreia do Sul, máscaras faciais também são usadas como proteção contra a poluição do ar. Dois terços dos japoneses e quatro em cada cinco sul-coreanos usaram uma máscara em público como resultado do surto de COVID-19, em comparação com apenas um em cada 10 brasileiros.

Isolamento e saúde emocional

Além de não poder evitar o contato com outras pessoas por causa do trabalho, é possível que alguns brasileiros entre 18 e 34 anos achem mais difícil se isolar e acabem saindo. O distanciamento social pode aumentar a ansiedade e a propensão a problemas psicológicos, como a depressão. Segundo a Pesquisa Mintel sobre marketing para jovens adultos, dois terços dos brasileiros entre 16 e 20 anos concordam que sua geração é mais propensa a problemas emocionais, como depressão e ansiedade.

No Brasil, a Amaro, uma marca de moda feminina digital, lançou uma campanha chamada #SeparadasMasJuntas devido ao surto de COVID-19, convidando as clientes a comprar roupas para ficar em casa e compartilhar on-line o novo visual com amigos. Esse tipo de ação promove a conexão social, ajudando os consumidores a melhorar a sua saúde emocional.

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