O anúncio do clube de futebol Corinthians de abrir um cemitério para os seus torcedores é o exemplo mais recente de tendência em adotar uma visão positiva e personalizada da morte.

Viva para Sempre Futebol Clube

O cemitério “Corinthians para sempre” será aberto em São Paulo, em 2015, e seus 70 mil espaços oferecerão ao torcedor a oportunidade de ser enterrado ao lado de jogadores famosos em um local cuja planta lembra um campo de futebol. Serviços funerários incorporando o hino do clube, assim como bandeiras e flores em preto e branco, também estarão disponíveis.

O Corinthians não está sozinho nessa empreitada. Clubes europeus como o Schalke, Hamburgo e Barcelona oferecem serviços semelhantes. E não é somente no mundo do futebol onde vemos novos serviços personalizados que dispensam a tradição e celebram um senso de individualidade, comunidade e personalidade.

Morte: Crescimento da Indústria

A tendência da Mintel “No Resting Place” (Sem Lugar de Descanso) documentou uma mudança de atitude em relação a funerais e legados, impulsionada pelo envelhecimento da população, o que, por sua vez, alavanca essa “indústria em crescimento”. Por sinal, esse é um fenômeno mundial. A ONU prevê a morte de 80 milhões de pessoas por ano até 2040, em comparação com, apenas, 57 milhões atualmente.

Há países onde a severidade do quadro de envelhecimento é extrema. No Japão, por exemplo, temos visto os consumidores adotarem práticas e abordagens preventivas para funerais. Existe uma tendência crescente entre as mulheres idosas de escolher _ gastando até US$ 700 _ o “modelo final”. A fabricante de caixões WiLLife oferece sessões, regadas a comidas e bebidas, para que seus clientes experimentem por US$ 10 urnas de papelão. Entretanto, esse tipo de discussão radical não se limita a cultura pop japonesa. Na Noruega houve a realização de um programa no estilo reality show chamado “The Coffin” (O Caixão), no qual celebridades planejavam como seriam seus funerais.

Sociedade mais informal

Essa condução do assunto significa uma nova transparência e informalidade na sociedade, explorada na tendência da Mintel “Open Diary” (Agenda Aberta), a qual mostra como as pessoas estão cada vez mais dispostas a discutir a morte, os seus planos e o legado que querem deixar. Na sociedade atual, as plataformas de mídia social incentivam e possibilitam a expressão da nossa criatividade e individualidade e vemos isso se manifestar em funerais e inovações digitais que nos ajudam a “viver” além da morte.

Mesmo em sociedades supostamente conservadoras e relativamente religiosas, como a dos Estados Unidos, estamos vendo uma repaginada radical do que podemos ser e para onde vamos depois que tudo acabar. A empresa Neptune Society possui um serviço de memorial que oferece uma espécie de “imortalidade”, combinado com exclusividade e sustentabilidade. Seu ‘Memorial Reefsystem’ (Memorial de Sistema de Recifes) permite que mergulhadores e entusiastas do mar tenham seus restos mortais depositados em estruturas submersas na costa de Miami, onde ganharão a “nova vida” sob a forma de corais em crescimento na região, podendo ser visitados por amigos e familiares por meio de equipamento de mergulho.

A Google atualmente trabalha para organizar nossos rastros digitais depois que morrermos, mas o meio digital também está nos permitindo que tenhamos uma voz além-túmulo, na forma de inovações, como os tablets de microchip da RosettaStone, que usam dados pessoais digitalizados, incluindo vídeo e áudio, criando algo parecido com urnas ou “lápides viva”. Na China, o Black Box Life é um serviço on-line que permite ao usuário, depois de morto, enviar fotos, pensamentos e despedidas finais para entes queridos.

Esse foco em funerais e legados é gerado por uma sociedade que está envelhecendo, mas a preocupação com o assunto não é, necessariamente, limitado às pessoas que estão se aproximando do fim da vida. A popularização do assunto morte faz com que as pessoas queiram aproveitar mais suas vidas e listem suas prioridades. Essas preocupações são materializadas no aparelho ALARMclock, que acorda seus proprietários todas as manhãs com uma estimativa de quantos dias faltam para sua morte. Como o próprio argumento de vendas diz: “Nada desperta mais a fome de um homem do que a visão da sua morte iminente.”

Se você gostaria de saber o que essas tendências – e outras – significam para os seus negócios, por favor, contate Richard para discutir as nossas apresentações de tendências, projetos e serviços. Envie email para rcope@mintel.com ; Twitter: @richard_mintel

Inovação

Inovação não significa somente ser diferente ou novo. Significa criar novos produtos que os consumidores irão adorar, criando um caminho diferente que os consumidores seguirão.

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