As perspectivas para o varejo online no Brasil são positivas. De fato, nova pesquisa da Mintel revela que, no Brasil, a internet é utilizada principalmente para comunicação, interação social e como fonte de informação. Porém, dados presentes no relatório Estilos de Vida dos Brasileiros mostram que há espaço para a área de varejo prosperar, especialmente em tempos de crise econômica. O relatório mostra que, entre os brasileiros conectados à internet, 85% a usou para e-mails, 84% para mídias sociais e 76%, ler notícia, nos últimos três meses. Por outro lado, apenas 43% dos brasileiros diz que fez compras online no mesmo período de tempo, mostrando que há oportunidades de crescimento nessa área. Aliás, o sudeste do país mostrou-se como a região onde o consumidor está mais aberto a utilizar o varejo online, atingindo 48% dos respondentes.
O relatório Mintel revela que devido às preocupações com fraude, o número de brasileiros que declara fazer compras online é baixo. Quando perguntados sobre segurança na internet, 64% dos entrevistados disseram concordar com a afirmação: “Preocupo-me com a segurança dos meus dados pessoais ao pagar por produtos e serviços online”. E 50% dos respondentes disse se preocupar com compartilhamento de informações pessoais online.
“No Brasil, a internet é usada principalmente para interação social e leitura de notícias. Devido às preocupações dos consumidores com segurança na internet, o seu uso é muito menor para atividades que envolvam transações financeiras. E para que as atividades comerciais cresçam no campo virtual, melhores sistemas antifraude devem ser desenvolvidos. A atual desaceleração da economia desafia os varejistas online a oferecer mais segurança e preços mais baixos, o que deve atrair o interesse do consumidor para o mundo das vendas online”, explica Renata Moura, analista sênior de Pesquisa de Consumo, da Mintel.
Entre todos os grupos demográficos pesquisados pela Mintel, o consumidor jovem é o mais propenso a fazer compras online, com 52% daqueles entre 16 e 24 anos dizendo ter realizado essa atividade nos últimos três meses, contra 36% dos respondentes entre 35 e 44. Esse comportamento é mais forte principalmente entre os homens da faixa etária de 16 a 24 anos, 56% versus 48% das mulheres. Mas quando se trata de ler notícias, os usuários da internet de 16 a 24 anos e os usuários acima de 45 anos apresentam concordância semelhante, 76% e 77% respectivamente.
“Dada a sua maior familiaridade com tecnologia, os consumidores jovens são os principais usuários da internet, executando uma gama variada de atividades online. E o fato de ser o grupo mais propenso a fazer compras online também demonstra boa perspectiva para o setor de comércio eletrônico. Além de passarem mais tempo na internet, o interesse por compras práticas, também favorece uma maior utilização do comercio online pelos homens jovens, tornando-os um alvo fácil para anúncios online em sites que eles utilizam para seu entretenimento, como YouTube”.
A Mintel revela que existem boas oportunidades para as empresas explorarem o interesse do consumidor brasileiro em mídia social. A pesquisa detectou que 29% dos usuários de mídia social clicou em links em website de rede social para acessar o site de alguma marca nos últimos três meses que antecederam a realização do estudo. Já as propagandas são um pouco menos populares em atrair os consumidores, com 22% dos usuários dizendo que clicou em um anúncio que viu em página de mídia social.
Por sua vez, em relação às consultas, 26% dos usuários afirma fazer pesquisa online antes de efetivar uma compra de um produto ou de um serviço, lendo comentários em sites de mídia social. Mas muitas dessas opiniões levantam suspeitas quanto a sua idoneidade. Por exemplo, 26% dos usuários de internet afirma: “Tenho dificuldade em confiar nas informações publicadas por fontes anônimas na internet”. Além disso, 29% diz que é difícil saber se as opiniões e comentários online sobre produtos e serviços são verdadeiros”.
“As redes sociais são extremamente populares entre os usuários de internet, mas muito mais ainda poderia ser feito para aproveitar o seu aspecto comercial, fortalecendo a exposição de marcas e a qualidade dos comentários online. Por sinal, os sites de pesquisa e que oferecem análises de especialistas estão substituindo aos poucos os sites de comentários deixados por consumidores. Essa é uma tendência que está acontecendo no exterior e que deverá funcionar também no Brasil, já que fornecerá críticas mais confiáveis”, conclui Renata Moura.